Discurso de Abertura
Caras e caros convidados,
Senhor Presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, Conselheiro Armando Leandro, prezado Amigo,
Senhora Bastonária da Ordem dos Advogados, Dr.ª Elina Fraga,
Senhor Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Duarte Cordeiro, caro amigo,
Senhor Presidente da AIPJ, Prof. Doutor Leonardo Cely,
Senhor Secretário-Geral da AIPJ, Prof. Doutor José António Echauri – querido Josean,
Senhora Presidente da AIPJ-E, Dr.ª Asunción Tejedor Huerta, querida Asún,
Senhora Administradora da COFAC, Profª. Doutora Conceição Soeiro,
Prezados membros da Junta Diretiva e representantes nacionais à Assembleia-Geral da AIPJ,
Caríssimo Presidente da Assembleia-Geral da PSIJUS, Mestre António dos Santos Almeida,
Caras e caros Colegas dos órgãos sociais da PSIJUS e da Comissão Executiva deste Congresso, Congressistas e Associados da PSIJUS,
Caríssimos Estudantes de Psicologia,
Amigos,
A Asociación Iberoamericana de Psicología Jurídica (AIPJ) inaugura hoje o seu X Congresso, simultaneamente com o II Congresso da PSIJUS, expressivamente denominado A Psicologia Jurídica/Forense nas Estações de Vida, nesta bela tarde de Junho, Dia da Criança, o que traduz simbolicamente o projeto perfilhado por ambas as instituições no que tange à defesa da proteção dos menores e da promoção do acervo de direitos que lhes assistem, desde logo o direito a serem consideradas crianças na plenitude da expressão e sujeitos de direitos universalmente reconhecidos, porém ainda deficitariamente salvaguardados.
Uma primeira palavra para dar as boas vindas a todas e todos: Bien venidos a nuestra ciudad, queridos compañeros!
Cabe-me, na qualidade de presidente da PSIJUS, saudar todos os presentes que, provindos da América Latina, de Espanha e de Portugal, aportaram a esta iniciativa para, em conjunto, celebrarmos o X Congresso da AIPJ, em simultâneo com o II Congresso da PSIJUS. Para nós, é um enorme privilégio integrarmos a rede ibero-americana de Psicologia Jurídica, assente na AIPJ e constituída sob o impulso de tantos colegas e amigos de ambos os lados do oceano, permitindo-me destacar o nosso companheiro, sempre presente para além da vida física, Juan Romero, o Pipo, grande obreiro que foi deste vasto programa de ação em que a AIPJ se consubstancia. Mas não posso deixar de referir que foi devido ao estímulo e à proposta de Javier Urra que a PSIJUS se tornou parte desta família fraterna e solidária, na qual podemos desenvolver muito trabalho e contribuir para a implementação da Psicologia Forense no nosso país, alicerçando-nos no labor, na experiência e nas práticas profissionais e científicas dos países que fazem parte deste enorme grupo de trabalho – porque a AIPJ é também, e principalmente, um grupo de trabalho permanente.
Durante esta jornada de reflexão e debate, que se prolongará, em tempo útil, por três dias, estamos todos convocados a pensar a Psicologia Jurídica e Forense hoje, em cada um dos países que se inserem na AIPJ e que partilham de valores, princípios, códigos, objetivos e lídimas aspirações comuns e a perspetivarmos o esforço profissional e científico que nos é requerido. Porque a AIPJ e os seus membros são norteados por desígnios que priorizam as práticas e a intervenção, concomitantemente com a investigação, assumindo os imprescindíveis contornos éticos e deontológicos, em ambas as vertentes, a transversalidade e a confluência nestes mares, por vezes tormentosos, da realidade e das pessoas que se agitam por entre os meandros dos quotidianos e das crises. Porque sabemos que esses mares alterosos exigem que os profissionais da Psicologia Jurídica estejam disponíveis para a análise das diversas altercações e para a compreensão de várias dimensões, onde se entrecruzam a Psicologia, a justiça e o Direito, a sociedade e a Economia, numa pluralidade de vetores que traduzem a unidade da Pessoa em todos os seus graus e qualidades – por outras palavras, a intervenção jus psicológica, entendida na junção das plúrimas componentes por que se espraia.
A AIPJ possui larga experiência nestes domínios, quer em termos profissionais quer académicos e científicos, como é atestado pelos curricula dos seus associados nacionais.
A PSIJUS também se orgulha do trabalho efectuado desde 2001, traduzido, por exemplo, na construção de mestrados em Psicologia Forense, feita por alguns dos seus dirigentes, desde 2005, com especial ênfase para o modelo de 2015, que foi exclusivamente desenhado, organizado e convertido em dossier por directores da PSIJUS: a Maria Louro, a Alexandra Figueira e eu, assim como pela organização a cargo de membros da sua direcção dos sete congressos de Psicologia Criminal e Psicologia Forense levados a efeito pela ULHT, através da sua unidade orgânica de Psicologia (entre 2001 e 2014). Efetivamente, tendo-se conseguido a acreditação deste mestrado, a quem vier a seguir apenas se pede que não estrague!
Está prestes a subir o pano.
Permitam-me, prezados Colegas e Amigos, que genericamente aqui registe o agradecimento da PSIJUS, mas também o reconhecimento pessoal, a todos quantos prestaram apoio e contribuíram para a co organização deste Congresso: da Administração da COFAC – Profs. Doutores Manuel Damásio, Conceição Soeiro e Francisco Faria Ferreira - aos seus serviços e ao Departamento de Turismo e à respetiva diretora, Prof.ª Doutora Mafalda Patuleia, que se afirmou como a única entidade académica que cooperou com esta iniciativa; ao Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e meu Amigo, Dr. Duarte Cordeiro, pela fraterna adesão a este Congresso – uma vez mais; ao Secretário-Geral da AIPJ, Doutor José António Echauri, amigo e companheiro, que nos ajudou – à Maria Louro e a mim – a sermos capazes de organizar este Congresso e que do mesmo é a principal alavanca: obrigado, Josean, o teu trabalho é parte fundamental desta realização; aos representantes nacionais na Assembleia-Geral da AIPJ, que confiaram na PSIJUS – a mais jovem das associações-membro – a tarefa de organização do X Congresso; ao Prof. Doutor Manuel José Damásio, que aderiu imediatamente à proposta que lhe dirigi, em 2012, de este Congresso ser acolhido e financiado pela Universidade, tendo disponibilizado os serviços gráficos e de marketing para apoiarem a organização do presente evento; ao secretariado da Reitoria e da Provedoria do Estudante, Dr.ªs Nilva Martinho e Catarina Costa, cujo trabalho foi fundamental na minha tranquilidade durante o largo período que antecedeu o dia de hoje, e que me fizeram esquecer outros secretariados; ao Núcleo de Estudantes de Psicologia – gente fantástica, com quem trabalho há muitos anos, quer enquanto fui diretor da Psicologia da ULHT, até Janeiro de 2015, quer como Vice-Reitor, a partir de 2013, gente fixe com quem se pode contar, em todos os momentos; à Direção da Associação Académica; aos Estudantes do mestrado de Psicologia Forense – alunos de inexcedível dedicação; à Comissão Executiva, formada essencialmente por psicólogos forenses, estudantes do mestrado e de doutoramento, obreiros incansáveis deste acontecimento; aos membros do grupo de teatro e de dança – os que fazem de atores, os técnicos e os que nos vão ajudando, pela palavra sugestiva ou crítica – e que são contribuintes de prosseguirmos a rota pelas encenações que, não sendo teatro no sentido técnico e artístico, o são pela forma como apresentamos emoções, sabendo que pior que fazer mal é não fazer por receio de fazer ou parecer mal; ao poeta, dramaturgo, ensaísta, romancista e pintor de vez em quando, como se apresenta, Mikael Martinovsky, pela oferta de um quadro destinado a este Congresso; enfim, aos conferencistas, oradores, moderadores e comentadores que, com os seus conhecimentos e sabedoria, contribuirão para a beleza e a força deste Congresso: serão mais de noventa intervenções que passarão por aqui e delas caberá a todos nós retirar os ensinamentos.
Também às Famílias da Doutora Maria Barroso, particularmente à Dr.ª Isabel Soares, e do Doutor António Almeida Santos, em especial à Dr.ª Maria Antónia Almeida Santos, pela anuência a que a PSIJUS e este Congresso homenageiem aquelas personalidades ímpares da História portuguesa.
Finalmente, aos meus colegas e amigos que foram obreiros desta grande aventura: a Cátia Matias Monteiro, a Sónia Reis, a Catarina Ferreira da Silva, o Ricardo Almeida Santos, o António Vieira, o António Santos Almeida, a minha irmã, Maria Isabel, a Maria Cunha Louro - a todas e todos é devida esta palavra de reconhecimento, na medida em que possibilitaram a realização, aqui, em Lisboa, aqui, nesta universidade, deste Congresso.
Vamos debater a Psicologia Jurídica e Forense percorrendo as estações de vida. Fá-lo-emos como sempre: sem preconceitos, animados pela paixão que nos move em relação ao conhecimento e à ética.
Prestaremos homenagem a dois grandes amigos – Maria Barroso e António de Almeida Santos - e manifestaremos reconhecimento a várias personalidades que se têm tornado tributárias das iniciativas prosseguidas pelas nossas associações.
Atribuir-se-á, a um eminente psicólogo do Chile, o Doutor Elias Escaff, o Prémio Juan Romero, no justo reconhecimento da sua carreira e do trabalho desenvolvido em prol da Psicologia Jurídica.
Um programa social e cultural complementará esta iniciativa, abrangendo a apresentação de um livro, a dança, a música, o canto e a poesia, a representação de uma peça do chamado teatro psicológico; e uma pequena volta turística por Lisboa encerrará as atividades. Uma assembleia magna da AIPJ é também uma confraternização indispensável entre companheiros de ambos os lados do mar, que estabelecem entre si uma cadeia de união, solidária e fraterna.
Atenção: o pano vai subir.
Apetece-me proclamar, com o poeta chileno Pablo Neruda, uma grande alegria:
«A sombra que indaguei hoje não me pertence.
Hoje tenho a alegria duradoura de um mastro,
a herança dos bosques, o vento dos caminhos
e um dia decidido sob a luz terrestre.»
Declaro aberto o X Congresso da AIPJ/II Congresso da PSIJUS – A Psicologia Jurídica/Forense nas Estações de Vida.
O Presidente da Direção da PSIJUS,
Carlos Alberto Poiares